Missionários que rezam, anunciam e defendem a vida
"Quando abandonamos a defesa da vida, pactuamos de forma silenciosa com a cultura da morte, que ceifa de forma violenta, perversa e maligna, a vida das nossas crianças, dos nossos jovens, dos adultos e idosos indefesos"
Queridos irmãos e irmãs em Cristo Jesus! O mês de outubro é celebrado na Igreja e na vida de fé do nosso querido povo de Deus a caminho como o mês missionário e do rosário, da Festa de Nossa Senhora da Conceição Aparecida, Padroeira do Brasil. Como Igreja, comunidade de fé, temos muitos motivos para celebrar e render graças a Deus, pelo passado e pelo presente, olhando para o futuro com esperança.
Como povo de Deus peregrino, queremos invocar a proteção divina para sermos destemidos missionários do Evangelho no mundo e na realidade de hoje, tendo presente o exemplo de São Francisco Xavier, de Santa Teresina do Menino Jesus, São Vicente de Paulo, Santa Dulce dos Pobres e tantos outros santos e santas que nos deixaram um bonito testemunho de amor ao Senhor, pela vida de oração, mas também por uma intensa ação missionária e caritativa, comprometida com a defesa da vida e da dignidade da pessoa.
Na primeira semana do Mês Missionário e do Rosário, a Igreja Católica convida seus filhos e filhas para celebrar a “Semana Nacional pela Vida e Dia do Nascituro”, que neste ano aborda o tema “Idosos, memória viva da nossa história”, e o lema “Na velhice darão frutos” (Sl 92,15). A vida é um dom precioso e breve, concedido por Deus, que muitas vezes nós não sabemos valorizar. Ela precisa ser acolhida, cuidada e valorizada como um tesouro que temos no presente, e que, à luz da fé em Cristo Jesus, podemos sonhar e esperar vivê-la de forma gloriosa na eternidade. Por isso, é importante trabalharmos juntos para criar uma consciência coletiva, que promova a paz e valorize a vida em toda a sua realidade.
Como cristãos, conscientes dos valores do Evangelho, não podemos ceder ao pragmatismo de defender que a vida só merece ser protegida quando a pessoa pode contribuir economicamente com a sociedade. Essa cultura do descarte não é do autor da vida, que é Deus. Ela já causou tantos males à sociedade, no passado e no presente. O cristão deve estar comprometido com os valores do Evangelho, e empenhar-se para que os mesmos sejam respeitados e protegidos, na família e na comunidade. Quando abandonamos a defesa da vida, pactuamos de forma silenciosa com a cultura da morte, que ceifa de forma violenta, perversa e maligna, a vida das nossas crianças, dos nossos jovens, dos adultos e idosos indefesos, e fere com a morte, a vida das nossas famílias.
+ Dom José Gislon, OFMCap.
Bispo Diocesano de Caxias do Sul