Pinturas dos Milagres de Santo Antônio

 

Milagre dos Peixes

​Aconteceu em Rímini, Itália. Certo dia, pregava perante um auditório herético e obstinado. Notou Santo Antônio que sua palavra encontrava corações duros e bradou: “Levantai-vos e segui-me até a beira do mar”. O povo, impressionado e curioso, acompanhou o Santo até a praia. Foi então que Santo Antônio dirigiu-se aos peixes dizendo: “Os homens recusam ouvir-me, vinde vós, ó peixes, vinde e escutai-me, em lugar deles”.

De súbito, uma incalculável multidão de peixes de aproxima da praia. Põem a cabecinha para fora d’água, mantendo-se cada qual em sua fila, numa ordem admirável. Aí estão peixes de todos os tamanhos e dimensões. As escamas brilhavam ao sol, com esquisitas formas e variedades. Nenhum deles hesita ou receia. Todos firmes.

Os menores se aproximavam da beira, os peixes de tamanho médio em segundo plano e os maiores vinham por último. Santo Antônio tomou a palavra e falou: “Peixes, meus irmãozinhos, dai graças ao criador, que vos deu por morada vasta casa. É o generoso Criador que vos fornece água doce e salgada. Foi o Criador que vos abençoou do mundo... peixinhos, louvai e agradecei ao Senhor do universo....”

E com amplo gesto despediu os peixes. - Este estupendo milagre, porém, converteu toda a cidade. Isto prova à sociedade, quanto devemos estimar e apreciar a Palavra de Deus.



 

O Jumentinho se curva diante da Eucaristia

Durante uma pregação, cujo tema era a Eucaristia, um homem se levantou dizendo: “Eu acreditarei que Cristo está realmente presente na Hóstia Consagrada quando vir o meu jumento ajoelhar-se diante da custódia com o Santíssimo. Sacramento”. O Santo aceitou o desafio. Deixaram o pobre jumento três dias sem comer. 

No momento e lugar pré-estabelecido, apresentou-se Antônio com o ostensório e o herege com o seu jumento que já não aguentava manter-se em pé devido ao forçado jejum. Mesmo meio-morto de fome, deixou de lado a apetitosa pastagem que lhe era oferecida pelo seu dono, para se ajoelhar diante do Santíssimo Sacramento.


Tempestade - Cede o mar embravecido

​Narremos vários fatos da proteção visível do Santo sobre os mares.

1) Entre as muitas lâmpadas votivas, que se vêem na Basílica do Santo em Pádua, uma existe em forma de nau. É um ex-voto do marquês Francisco de Mello, governador dos Países Baixos, na época em que aquela região era dominada pela Espanha, como reconhecimento ao Santo por ter sido protegido em meio a uma forte tempestade.

2) Em julho de 1694, do Oriente navegava para Veneza um navio, quando apanhado por forte ventania e as águas ficaram revoltadas. A corda da última âncora lançada se rompeu e, desta maneira, o navio ficou em perigo extremo. Marinheiros e passageiros, volveram seu olhar aos céus e fizeram voto de recolher uma oferta e entregá-la em piedosa romaria à Basílica de Santo Antônio em Pádua. Logo cedeu o mar embravecido e depois tudo correu bem até o porto. Os favorecidos, imediatamente deram cumprimento à promessa, indo deixar a oferta ao altar do Santo na Basílica de Pádua.

3) Um pescador, numa zona de Portugal, após o serviço do dia, deixa sua barquinha numa enseada, mas aconteceu que durante a noite o mar enfurecido, arrancou as amarras da barquinha e arrastando-a para longe, deixando desolado o pobre pescador, que se via assim privado do meio para o sustento dos seus. Cheio de confiança recomendou-se a Santo Antônio. Dois dias passados, eis que um senhor, de outra localidade, chegando aí, em conversa, conta que vira uma pequena barca de pescador aproada lá pelas bandas do seu rancho; e acrescenta um pormenor muito interessante, vinha na barquinha um fradezinho e ancorou com muita segurança embora o mar proceloso. Pela descrição, certificou-se o pescador que a barquinha devia ser a sua. Imediatamente dirigiu-se ao local indicado. E, na verdade, lá estava ela fora de todo o perigo. Trouxe-a de volta, com mil graças ao seu celeste protetor.


 

Um violento pontapé

​Um jovem disse ter dado um violento pontapé em sua mãe. Antônio lhe fez compreender a gravidade do seu pecado e este jovem, arrependido e cheio de remorso, pegou uma machadinha e cortou seu pé. Quando Santo Antônio soube disto, foi conversar com o jovem. Suavemente o repreendeu e aproximando o pé à perna, curou-o perfeitamente à vista de toda a gente.

 

 

Cura de uma criança aleijada

Certa ocasião, acabando o Santo a pregação e indo depressa para o Convento, se encontrou com um pai, de nome Pedro, que trazia nos braços uma criança de quatro anos, completamente aleijada de ambas as pernas e, além disso, epiléptica. O desconsolado pai lançou-se aos pés de Santo Antônio, pedindo abençoasse a criança. Antônio abençoou o menino traçando sobre ele uma grande cruz desde a cabeça até os pés.

Chegando em casa, o pai colocou o filho em seus pés e, este começou a andar com a auxílio de uma muleta. Depois bastava com uma bengala e por fim andava sem algum embaraço. Também nunca mais teve acessos de epilepsia.


 

Seu amor ao próximo

​Certa ocasião vieram buscar Frei Antônio para encomendar um defunto. O defunto fora um homem rico e avarento. Frei Antônio sabia disso. No momento do sermão, comentou aquela passagem do Evangelho: “Onde estiver o vosso tesouro, aí estará também o vosso coração”. Explicou esta passagem de diversas maneiras:

- Se Deus for o teu tesouro, o teu coração estará em Deus.

- Se uma criatura humana for o teu tesouro e a tua paixão, ficarás pensando só nesta pessoa. Muitas vezes até com sensualidade e maus desejos.

- Se o dinheiro for o teu tesouro, então o teu coração viverá afogado no dinheiro. E esse homem que aí está no caixão? Será que ele colocou sua paixão na riqueza?

Todos entenderam o que o Santo queria dizer: Sim, o coração daquele homem estivera misturado com o dinheiro dele. Assim foi a sua vida. Assim era na morte: seu coração continuava no meio do dinheiro.

Os parentes do morto não gostaram desta fala. Queriam uma prova. Então o santo mandou abrir o cofre onde o homem guardava o dinheiro mal adquirido. Espanto geral: lá dentro do cofre estava o coração do homem rico, pulando ainda no meio das moedas, como se estivesse vivo. 




O Menino Jesus aparece para Frei Antônio

Certa vez, Santo Antônio precisou de alojamento em Pádua e um senhor nobre, da família dos Condes de Camposampiero, teve a honra de o acolher em sua casa. Uma noite, vendo do lado de fora do quarto de Frei Antônio alguns raios de luz, aproximou-se e viu o Santo segurando nos braços um gracioso Menino que suavemente o acariciava.

Ficou cheio de espanto por tão extraordinária maravilha. Compreendeu que se tratava do Menino Jesus que se tornara vísivel ao Santo para recompensá-lo com celestes consolações pelas fadigas sofridas. Enquanto ainda observava, o Menino desapareceu.

Saindo do êxtase, Frei Antônio deixou o quarto e dirigiu-se ao dono da casa, dizendo que sabia que ele o havia observado durante a aparição. Pediu então com insistência que não revelasse o que tinha visto. O senhor cumpriu a palavra, somente revelando o fato depois da morte do Santo. A história o tocara profundamente e todas as vezes que a relatava, não conseguia reter as lágrimas.

 

Sermão de Limoges

Num dia festivo, em Limoges, Santo Antônio pediu licença para pregar numa igreja paroquial. Como era imensa a sua fama, o povo deslocou-se para o local, mas o recinto era pequeno para acolher toda aquela gente e foi obrigado a pregar em praça pública. Mal havia começado o sermão, o céu escureceu  e muitos relâmpagos e trovões anunciavam uma grande tempestade.

O povo, atemorizado, começou a murmurar e já se dispunham a sair dali em busca de abrigo. Mas Santo Antônio pediu silêncio e, em nome de Deus, assegurou que não choveria naquele local, recomendando a todos que ficassem atentos à pregação. Tranqüilizados, os fiéis ouviram o sermão até o fim. Quando se retiravam para suas casas, verificaram com muita admiração, que embora estivesse perfeitamente seco o local da pregação, toda a redondeza estava completamente alagada pela chuva da forte tempestade.



Glorificação de Santo Antônio

Localizada sobre o altar do Santuário Santo Antônio, a pintura da glorificação do frade que morrera em Pádua traz belos elementos: na cena estão presentes o Espírito Santo, Jesus Cristo e Maria Santíssima. O santo é ladeado por anjos e recebe a graça que brota da Santíssima Trindade.

Havia onze anos que Antônio tinha vestido o hábito franciscano quando, quando o céu coroou de glória e honra sua fecunda missão. Viveu apenas 36 anos, e, nesse pouco tempo, sua vida se encheu de obras e de méritos. Sua língua, que converteu milhares de pecadores e reuniu em torno dele os peixes, ficou incorrupta. Em presença de fato tão extraordinário, São Boaventura, não podendo conter a emoção, disse "Ó língua bendita, que não cessastes de louvar a Deus e que o fizestes louvar por um número infinito de almas, vê-se agora quanto sois preciosa diante de Deus!" Depois, ainda se descobriu que além da língua, permaneceram intactas suas cordas vocais. 

O processo de canonização de Santo Antônio foi o mais rápido da história da Igreja. Foi declarado santo pelo Papa Gregório IX, em 30 de maio de 1232, menos de um ano após sua morte, em 13 de junho de 1231. Em 1946,recebeu o título de Doutor da Igreja, pelo papa Pio XII.